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terça-feira, 5 de julho de 2011

Trava linguas e parlendas

O que são
Podemos definir os trava línguas como frases folclóricas criadas pelo povo com objetivo lúdico (brincadeira). Apresentam-se como um desafio de pronúncia, ou seja, uma pessoa passa uma frase díficil para um outro indíviduo falar. Estas frases tornam-se difíceis, pois possuem muitas sílabas parecidas (exigem movimentos repetidos da língua) e devem ser faladas rapidamente. Estes trava línguas já fazem parte do folclore brasileiro, porém estão presentes mais nas regiões do interior brasileiro.

Exemplos de Trava Línguas (devem ser falados rapidamente sem pausas)
·         Pedro tem o peito preto, O peito de Pedro é preto; Quem disser que o peito de Pedro é preto, Tem o peito mais preto que o peito de Pedro.
·         A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada.
·         Um ninho de mafagafos, com cinco mafagafinhos, quem desmafagafizar os mafagafos, bom desmafagafizador será. 
·         Há quatro quadros três e três quadros quatro. Sendo que quatro destes quadros são quadrados, um dos quadros quatro e três dos quadros três. Os três quadros que não são quadrados, são dois dos quadros quatro e um dos quadros três.
·         Chupa cana chupador de cana na cama chupa cana chuta cama cai no chão.
·         Pinga a pipa Dentro do prato Pia o pinto e mia o gato.
·         O rato roeu a roupa do rei de Roma.
·         Pinga a pia apara o prato, pia o pinto e mia o gato.
·         O princípio principal do príncipe principiava principalmente no princípio principesco da princesa.
·         Quico quer quaqui. Que quaqui que o Quico quer? O Quico quer qualquer quaqui.
·         Três pratos de trigo para três tigres tristes.
·         Luzia lustrava o lustre listrado, o lustre listrado luzia.
·         Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.
·         Fala, arara loura. A arara loura falará.
·         Se o Arcebispo-Bispo de Constantinopla a quisesse desconstantinoplizar, não haveria desconstantinoplizador que a desconstantinopllizasse desconstantinoplizadoramente.
·         Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, para o prato, pia o pinto e mia o gato.
·         A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso...
·         O Tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu pro tempo que o tempo tem o tempo que o tempo tem.
O que são
As parlendas são versinhos com temática infantil que são recitados em brincadeiras de crianças. Possuem uma rima fácil e, por isso, são populares entre as crianças. Muitas parlendas são usadas em jogos para melhorar o relacionamento entre os participantes ou apenas por diversão. Muitas parlendas são antigas e, algunas delas, foram criadas, há décadas. Elas fazem parte do folclore brasileiro, pois representam uma importante tradição cultural do nosso povo.
Alguns exemplos de parlendas:
Um, dois, feijão com arroz.
Três, quatro, feijão no prato.
Cinco, seis, chegou minha vez
Sete, oito, comer biscoito
Nove, dez, comer pastéis.
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Serra, serra, serrador! Serra o papo do vovô! Quantas tábuas já serrou?
Uma delas diz um número e as duas, sem soltarem as mãos, dão um giro completo com os braços, num movimento gracioso.
Repetem os giros até completar o número dito por uma das crianças.
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Um elefante amola muita gente...
Dois elefantes... amola, amola muita gente...
Três elefantes... amola, amola, amola muita gente...
Quatro elefantes amola, amola, amola, amola muito mais...
(continua...)
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– Cala a boca!
– Cala a boca já morrei
Quem manda em você sou eu!
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- Enganei um bobo...
Na casca do ovo!
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Dedo Mindinho
Seu vizinho,
Maior de todos
Fura-bolos
Cata-piolhos.

ATIVIDADE COM TEXTO


                                                                                                                                                      TEXTO: O Bazar da Pontuação

  No tal bazar, encontramos os Sinais de Pontuação, arrumados em caixinhas de madeira, com rótulos na tampa. Emília abriu uma e viu só Vírgulas dentro.
  __ Olhem que galanteza! __ Exclamou. __ Vírgulas, Vírgulas e mais Vírgulas! (...)
    Emília despejou um monte de Vírgulas na palma da mão e mostro- as ao rinoceronte.
   __ Essas Vírgulas servem para separar as Orações, as Palavras e os Números – explicou ele. – Servem sempre para indicar uma pausa na frase. A função delas é “separar de leve”.
   Emilia soprou o punhadinho de Vírgulas nas ventas de Quindim e abriu a outra caixa. Era a do Ponto e Vírgula.
   __ E estes, Quindim, estes casaizinhos de Vírgula e Ponto?
   __ Esses também servem para separar. Mas separar “com um pouco mais” de energia do que a Vírgula sozinha.
    Emília despejou no bolso de Pedrinho todo o conteúdo da caixa.
     __ E este aqui? –perguntou em seguida, abrindo a caixinha dos  Dois Pontos.
    __ Estes também servem para separar, porém com maior energia do que o ponto e Vírgula. (...)
     Emilia abriu uma nova caixa.
    __ Oh, estes eu sei para que servem! – exclamou ela, vendo que eram Pontos Finais.
    __ Estes  separaram duma vez – cortam.  Assim que aparece um deles na frase, a gente já sabe que na frase, a gente já sabe que a frase acabou. Finou –se ...
     Em seguida, abriu a caixa dos Pontos de Interrogação.
    __ Ganchinhos! –exclamou. –Conheço –os muito bem. Servem para fazer perguntas. São mexeriqueiros e curiosíssimos. Querem saber tudo quanto há. Vou levá –los  de presente para a tia Nastácia.
     Depois chegou a vez dos Pontos de Exclamação.
    __ Viva! –gritou Emilia. (...) –Vivem de olho arregalados, a espantar –se e a espantar os outros. Oh! Ah!!! Ih!!!!
   A caixinha imediata era das Reticências.
   __ Servem para indicar que a frase foi interrompida em certo ponto –explicou Quindim.(...)
   Depois, Emilia abriu outra caixa e exclamou com cara alegre:
   __ Oh, estes são engraçadinhos! Parecem meias luas...
  Quindim explicou que se tratava dos Parênteses, que servem para encaixar numa frase alguma palavra, ou mesmo outra frase explicativa, que a gente lê, variando o tom da voz.
  __  E aqui, estes pauzinhos? –perguntou Emília, abrindo a última caixa.
  __ são os Travessões, que servem no começo das frases de diálogos, para mostrar que é uma pessoa que vai falar. Também servem dentro duma frase, para pôr em maior destaque uma Palavra ou uma Oração.
 __ Que graça! –exclamou Emília. –Chamarem Travessão a umas travessinhas de mosquito desse tamanhinho! (...)
   Quindim olhou –a com o rabo dos olhos. Estava ficando sabida demais...

        Monteiro Lobato. Emília no país da gramática. São Paulo , Brasiliense, 197
                       
                         Conhecendo o texto

1_ Responda:
a)    Quem é o autor o texto? R _____________________________________________
b)    De que trata o texto? R _______________________________________________
c)    Quais são os personagens? R__________________________________________

2_ Você sabe:
a) para que serve A virgula? R________________________________________________
                                                                                                                                            
b) para que servem os travessões
R ____________________________________________________________
_______________________________________________________________
c)que sinal indica a frase foi interrompida? R________________________
___________________________________________________________
d) qual é o sinal usado para encaixar numa frase alguma palavra ou mesmo outra frase explicativa? R ___________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________


        3_ Relacione as personagens com o que se diz sobre ela:

a)   Foi Quindim quem despejou um monte de Vírgulas na palma da mão?
R _________________________________________________________
b) Quem foi mesmo que explicou sobre as Reticências?
R ___________________________________________________________
    c) Foi Pedrinho quem achou que Emília estava ficando sabida demais?
    R____________________________________________________________

    4_ Ao abrir as caixas dos Pontos Finais e dos Pontos de Interrogação, o que Emília disse sobre eles? R __________________________________________
_______________________________________________________________
    5_ Por que Emília chamou os pontos de Interrogação de Mexeriqueiros e
cuiosíssimos? R___________________________________________________
_______________________________________________________________
     

Atividade com texto II

  1_ Leia o texto com atenção e decubra alguns erros nas palavras
  2_ Reescreva o texto com as palavras corretamente.                                                  

     A tarde estava hmida e cuente. No céu, algumas nuven formavam figuras bizarras. Os bancos do jardim estrategicamente colocados sob a copa das arvores, estavam vasios.
       Uma abelha, saltando de flor em flor, esecutava a sua permanente tarefa da recolha do pólen. Mas, derepente, ficou muda de espanto: é que encostada ao tenro caule de uma planta, descanssava uma formiga!
-          A descansar? – não reziztiu a perguntar a abelha que sempre ouvira diser que, tal como as abelhas, as formigas passavam todo o tempo a trabalhar.
-          Hoje não trabalhamos. É o “Dia Mundial da Formiga”, e a nossa xhefe deu-nos um dia de repouzo e de festa.
-          Mas que interessante! – continuou a abelha. – Sempre pencei que essas datas espesiais existiam apenas para as pessoas...
-          Pois enganas-te! – afirmou a formiga, erguendo uma patita em direcção à abelha. – Nós as formigas também temos agora um Dia Mundial. E até vamos convidar vários grupos de cigaras que, logo à noite, irão alegrar o nosso baile.
-          Que curiozo! – murmurou expantada a abelha. E lá continuou o seu trabalho, talvez a sonhar que também a sua Rainha decretase, mais sedo ou mais tarde, o Dia Mundial da Abelha.

                  
  texto  após corrigido deverá  ficar  assim:

       A tarde estava húmida e quente. No céu, algumas nuvens formavam figuras bizarras. Os bancos do jardim estrategicamente colocados sob a copa das árvores, estavam vazios.
         Uma abelha, saltando de flor em flor, executava a sua permanente tarefa da recolha do pólen. Mas, de repente, ficou muda de espanto: é que encostada ao tenro caule de uma planta, descansava uma formiga!
-          A descansar? – não resistiu a perguntar a abelha que sempre ouvira dizer que, tal como as abelhas, as formigas passavam todo o tempo a trabalhar.
-          Hoje não trabalhamos. É o “Dia Mundial da Formiga”, e a nossa chefe deu-nos um dia de repouso e de festa.
-          Mas que interessante! – continuou a abelha. – Sempre pensei que essas datas especiais existiam apenas para as pessoas...
-          Pois enganas-te! – afirmou a formiga, erguendo uma patita em direcção à abelha. – Nós as formigas também temos agora um Dia Mundial. E até vamos convidar vários grupos de cigarras que, logo à noite, irão alegrar o nosso baile.
-          Que curioso! – murmurou espantada a abelha. E lá continuou o seu trabalho, talvez a sonhar que também a sua Rainha decretasse, mais cedo ou mais tarde, o Dia Mundial da Abelha.

               Onde e quando se passa esta história?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1.      Porque razão ficou “muda de espanto” a abelha?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.      Quem iria animar o baile das formigas?

domingo, 26 de junho de 2011

DIVIRTA-SE.....

ALUNOS INTELIGENTES

Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas para 7 pessoas?
Aluno: Purê de batata, senhor professor!

Professor:- Joaquim, diga o presente do indicativo do verbo caminhar.
Aluno:- Eu caminho... tu caminhas... ele caminha...
Professor: - Mais depressa!
Aluno :- Nós corremos, vós correis, eles correm!

Professor: "Chovia" que tempo é?
Aluno: É tempo ruim, senhor.

Professor: Quantos corações nós temos?
Aluno: Dois!
Professor: Dois!?
Aluno: Sim, o meu e o seu!

Dois alunos chegam tarde e justificam-se:
- O 1º Aluno diz: Acordei tarde! Sonhei que fui à Polinésia e a viagem demorou muito.
- O 2º Aluno diz: E eu fui esperá-lo no aeroporto!

Professor: Diga o nome de cinco coisas que contenha leite...
Aluno:  Um queijo e quatro vacas.

Um aluno de Direito foi fazer exame oral: O que é uma fraude?
Resposta do aluno: É o que o Professor está fazendo.
O professor muito indignado: Ora essa, explique-se...
O aluno responde: Segundo o Código Penal comete fraude todo aquele que se aproveita da ignorância do outro para o prejudicar!

PROFESSORA: Maria, aponte no mapa onde fica a América do Norte.
MARIA: Aqui está..
PROFESSORA: Correto. Agora turma, quem descobriu a América?
TURMA: A Maria.

PROFESSORA: Joãozinho, me diga sinceramente, você ora antes de cada refeição?
Joãozinho: Não professora, não preciso... A minha mãe é uma boa cozinheira.

PROFESSORA: Artur, a sua redação "O Meu Cão" é exatamente igual à do seu irmão. Você copiou?
ARTUR: Não, professora. O cão é que é o mesmo.

PROFESSORA: Bruno, que nome se dá a uma pessoa que continua a falar, mesmo quando os outros não estão interessados?
BRUNO: Professora

Números grandes para os pequenos

Conteúdo
Sistema de Numeração
Objetivos
• Registrar números.
• Aprender a escrita numérica.

Conteúdo
• Sistema numérico.

Ano
Pré-escola.

Tempo estimado
30 minutos, diariamente.

Materiais necessários
Tabela numérica, jogo de percurso com dois dados, objetos para colecionar ou materiais escolares.

Desenvolvimento

• Atividade 1
Entregue uma folha em branco para cada criança anotar os números que você ditar da forma como acha que são. Se uma olhar a do colega, apenas anote que copiou. Se achar que duas produções ficaram muito parecidas, chame os autores e pergunte com tranqüilidade se eles fizeram juntos. Escolha números com diferentes características para o ditado.

- "Opacos": aqueles que não explicitam, em sua forma oral, o princípio aditivo e multiplicativo do sistema de numeração: do 1 ao 15.

- Redondos: 10, 20, 50, 90, 100, 1000.

- Os que explicitam as relações aditivas e multiplicativas: 86 (80 mais 6), 134 (100 mais 30 mais 4) 100 000 (100 vezes 1000).

- Familiares: os de uso social freqüente, que aparecem nas notas de real (100, 50, 20, 10, 5, 2 e 1), moedas (25) e datas (2006, 2007).

- Os que podem ser compostos com base em outros já ditados: 150 (se você já ditou o 100 e o 50).

- Com algarismos iguais: 555, o que pode levar os pequenos a fazer algum tipo de variação na escrita dos algarismos em função de seu valor posicional (500505).

- Os que são formados pelos mesmos algarismos de outro já ditado, porém invertidos: 52 e 25.

Repita essa atividade várias vezes.

• Atividade 2
Fixe uma tabela numérica na parede. A seqüência pode ser organizada de 10 em 10 (do 1 ao 10 na primeira linha, do 11 ao 20 na segunda etc.) para facilitar a identificação das regularidades. Escreva os números com traços simples, sem desenhos. Ela deve ser consultada quando for preciso lembrar a escrita ou recordar a série. Para estimular o uso, sugira que os pequenos escolham um número e recitem todos os outros até chegar nele, quando param de contar e tentam escrevê-lo. Outra opção é pedir que as crianças façam uma consulta quando não souberem nomear um algarismo. Também nesse caso elas contam sobre a tabela até encontrar a escrita desejada e descobrir o nome.

• Atividade 3
Sugira um jogo de percurso, em que a garotada percorre uma trilha com base no número que tirou em um dado. Utilize dois dados para que a turma passe da contagem quando o pino anda a quantidade de casas correspondente ao que saiu em um dado para a sobrecontagem: ao tirar 5 e 3, em vez de contar os pontos, um a um, o jogador aprende que é mais rápido partir do dado que traz o maior número e adicionar os pontos do outro, completando 6, 7 e 8.

Avaliação
Observe os avanços e mude os desafios à medida que as crianças forem chegando mais facilmente às respostas corretas.

Comparando diferentes versões de Chapeuzinho Vermelho

Introdução
A presença regular de situações em que o professor lê livros de literatura para a turma é recomendável por uma série de motivos. Ao ter contato com essas obras, a criança pode apreciar a leitura; aproximar-se da linguagem desses textos; reconhecer características do portador; inteirar-se sobre o autor e identificar-se com personagens, além de construir critérios pessoais de escolha de suas histórias preferidas para compartilhá-las com outros leitores.
Ao lado de outras modalidades organizativas dos conteúdos de leitura e escrita - como os projetos didáticos e as atividades permanentes essa seqüência pretende contribuir para a valorização da leitura de textos literários de qualidade e o desenvolvimento do gosto pessoal do leitor. Com a sua realização, as crianças serão colocadas, desde o início da escolaridade, no lugar de leitores que interagem e pensam sobre a linguagem que se escreve, tendo o professor como um modelo de leitor que os auxiliará nessa conquista.

A escolha do conto Chapeuzinho Vermelho
Chapeuzinho Vermelho é uma das narrativas de referência entre os clássicos infantis. De tradição oral, foi publicada pela primeira vez no ano de 1697, pelo escritor francês Charles Perrault. Desde então, o conto é apresentado em diferentes versões, traduções e adaptações, que têm marcado a infância das crianças nos mais diferentes países e épocas. Uma das versões mais conhecidas e traduzidas, inclusive para o português, foi escrita em 1812 pelos Irmãos Grimm.

Nesta seqüência de atividades, as crianças serão convidadas a comparar três diferentes versões do conto, que serão lidas pelo professor dentro de um intervalo de tempo. A escolha das três tem como critério a garantia da qualidade literária. Dentre elas, estão duas das principais: de Grimm e Perrault.

Essa seleção visa garantir a comparação entre as tramas e a análise dos recursos lingüísticos utilizados pelos autores. A comparação de versões de um mesmo texto consiste em uma prática usual do leitor. Ela permite estabelecer critérios de escolha de uma leitura e realizar indicações literárias. Neste trabalho, as comparações serão inicialmente coordenadas pelo professor, que fará intervenções para os alunos atentarem para outros aspectos da obra além dos que normalmente levam em conta. O professor também irá destacar recursos lingüísticos utilizados pelo autor, tradutor ou adaptação.

A leitura pelo professor
Quando o professor lê para as crianças, mostra-lhes seu próprio comportamento leitor e contribui para que se familiarizem com o universo letrado. Por isso, é fundamental que ele prepare sua leitura ensaiando em voz alta, planejando intervenções para fazer antes, durante ou depois da leitura, antecipando a organização do espaço e a disposição das crianças, e, ainda, determinando o momento estratégico em que interromperá a leitura (para continuar num momento seguinte).

Ao trazer um material para ler para a classe, o professor também cuida da apresentação adequada do livro, oferece informações que servem para contextualizar a obra e despertar o interesse em conhecê-la e justifica a escolha feita.

Durante a leitura, ao fazer uma interrupção, o professor pode retomar os fatos anteriores para que as crianças não percam a seqüência narrativa. Pode-se solicitar a elas que procurem se lembrar dos últimos acontecimentos e os relatem de forma organizada. Cada uma conta aos colegas sua lembrança e, assim, o grupo vai reconstruindo a narrativa que acabou de conhecer. O professor ajuda, recontando passagens. Quando surgirem dúvidas sobre algum episódio, pode-se recorrer ao livro para esclarecê-las por meio da leitura do trecho a que se referem.

O professor compartilha com as crianças seu comportamento leitor (explicitando diferentes
aspectos do que faz enquanto lê). Por exemplo, nas duas primeiras versões, dois procedimentos usuais, próprios de leitores experientes, poderão ser destacados: o uso do índice e do marcador de livro, já que os contos selecionados fazem parte de uma coletânea.

É preciso também assegurar um espaço para que a turma se manifeste a respeito do texto lido, dialogue com ele, dando-lhe, coletivamente, um sentido. Isso pode ser feito por meio de uma conversa em que cada ouvinte compartilha com os demais aquilo que desejar: as lembranças; os sentimentos e experiências suscitadas durante a leitura; os trechos mais marcantes; uma característica do texto que tenha reparado; uma dúvida ocorrida; uma hipótese confirmada ou não durante a leitura, etc. O professor se coloca como participante ativo da conversa, compartilhando suas impressões sobre o que leu, sobre relações com outros textos conhecidos pelo grupo ou com outros fatos.

Ao ouvir as opiniões das crianças, o professor possivelmente irá deparar com diferentes
interpretações do que foi lido. Isso deve ser respeitado, porque, nesse caso, não há respostas corretas ou incorretas. Como todos os textos literários, a história de Chapeuzinho Vermelho permite ao leitor criar algumas interpretações enquanto lê. Nessas conversas com as crianças, o professor pode ter como foco aspectos retóricos do texto.

Prestando atenção neles, o grupo poderá perceber que, por meio da forma pela qual os acontecimentos são narrados, o autor direciona a interpretação sobre determinadas passagens. Por exemplo: pode-se perguntar às crianças se elas acham que o lobo está tentando enganar Chapeuzinho, e chamar a atenção para a forma como o autor descreve suas falas e intenções.

É importante salientar que mesmo que o conto trate de questões ligadas à moralidade, não é aconselhável utilizar sua leitura como um pretexto para oferecer às crianças lições de moral, nem tampouco para impor a opinião do professor sobre, por exemplo, as atitudes da personagem principal.

O foco desta atividade é voltar-se para o texto em si, para que as crianças possam se aproximar da linguagem escrita e desenvolvam comportamentos de leitor.

Objetivos
Valorização da leitura de textos literários de qualidade.Desenvolvimento do gosto pessoal e de critérios de escolha de suas histórias preferidas para compartilhá-las com outros leitores.

Conteúdo
Leitura

Ano
Pré-escola e 1º ano

Tempo estimado
2 meses

Material necessário
Três versões diferentes da história de Chapeuzinho Vermelho, sendo que a primeira deve ser dos irmãos Grimm e a segunda de Charles Perrault.

Desenvolvimento
As situações que compõem a seqüência são as seguintes:
Leitura (feita pelo professor à classe) de uma boa versão da história para exploração dos aspectoslingüísticos característicos dos contos.
Leitura (feita pelo professor à classe) de uma segunda versão para possíveis comparações entre as versões lidas e análise de diferentes tramas e linguagens dos contos e autores.
Leitura (feita pelo professor à classe), de uma terceira versão do conto.

Além de contribuir para a aprendizagem de comportamentos leitores, as leituras feitas nesta seqüência de atividades implicarão certos comportamentos específicos que poderão ser postos em prática, como:
Comentar o que se leu.
Compartilhar com outros os efeitos, sensações, sentimentos que os textos produzem.
Confrontar interpretações e pontos de vista.
Relacionar o conteúdo de um texto com os de outros conhecidos.
Reparar na beleza de certas expressões ou fragmentos de um texto.
Ler durante um período, interrompendo a leitura quando necessário.
Localizar o lugar em que a leitura foi interrompida.
Recordar os últimos acontecimentos narrados, por meio da leitura de alguns parágrafos
anteriores.
Antecipar o que segue no texto e controlar as antecipações de acordo com o desenrolar da narrativa.
Adequar a modalidade de leitura aos propósitos que se perseguem.
Recuar no texto para recuperar aspectos relevantes e, assim, compreender melhor uma situação ou, ainda, para dar mais atenção a uma informação importante.
Comparar as personagens, ambientes e situações das diferentes versões.
Comparar as narrativas lidas com outros textos do gênero, outros autores etc.
Reconhecer certos recursos lingüísticos próprios de um autor, uma versão.
Identificar recursos lingüísticos adequados a determinadas situações comunicativas ou intenções do escritor.

ATIVIDADE 1
Leitura da primeira versão da história Irmãos Grimm
Logo ao iniciar a seqüência, o professor comunica às crianças qual será o procedimento a ser seguido por ele e por seus ouvintes, de forma a assegurar que a narrativa seja compreendida e apreciada. Ele informa que lerá outras versões da mesma história, compartilhando com a turma como será realizado o trabalho.

A primeira etapa da seqüência consiste na leitura pelo professor da primeira versão da obra
escolhida. É importante, nesse momento, considerar as orientações anteriores, em relação ao preparo prévio da leitura e das intervenções a serem realizadas durante a atividade.
A história é curta e pode ser lida de uma única vez. Se houver mais de um exemplar do livro na escola, ele pode ser disponibilizado na sala de aula para que as crianças os manuseiem, apreciem as ilustrações e leiam no próprio texto, mesmo sem saber ler convencionalmente.

Após a leitura, quando o professor estiver certo de que as crianças já comentaram a respeito de tudo o que gostariam, ele coordena uma atividade para propor a análise de recursos lingüísticos que tornam a obra singular e atraente para o leitor. Pode, inclusive, realizar um registro das conclusões do grupo acerca de suas principais características o que será útil nas etapas seguintes da seqüência.

Um recurso que pode ser destacado da primeira versão lida são as descrições das personagens e cenários. Caso tais características não tenham sido notadas pelas crianças, o professor pode chamar a atenção para elas, relendo algumas descrições e conversando sobre a linguagem literária e os efeitos que ela produz no leitor.
Como o autor descreve o lobo no início da história, como ela estava? (faminto)
Quais foram os recursos utilizados pelo autor para descrever a floresta?
O que o lobo diz à Chapeuzinho quando eles se encontram pela primeira vez?
O que o lobo usou para fingir ser a avó da menina?
Como o autor descreve a localização da casa da avó?
O que fez Chapeuzinho perceber que a avó estava com um aspecto muito esquisito?

ATIVIDADE 2
Leitura da segunda versão da história Charles Perrault
As histórias escritas pelos irmãos Grimm defendem valores como a bondade, o trabalho e a
verdade. Em seus contos, as pessoas bondosas são premiadas e as maldosas são castigadas. Nem sempre isso ocorre na vida real, mas, na literatura destes autores, quem merece sempre ganha um final feliz. Já nesta versão de Charles Perrault, o desfecho da história é um pouco diferente. Chapeuzinho não tem um final feliz, pois acaba devorada pelo lobo, assim como sua avó.

Na segunda etapa da seqüência o professor realiza a leitura desta versão. Assim como na primeira etapa, as orientações para o seu encaminhamento são as descritas anteriormente no item "A leitura pelo professor".

Quando a leitura estiver concluída, o professor propõe a comparação entre as duas versões, retomando as características destacadas na análise registrada anteriormente. Nesse momento, o professor pode também registrar as conclusões das crianças a respeito das características das duas versões, relendo trechos e chamando a atenção para as semelhanças e diferenças na trama e no texto.
O que acontece no primeiro encontro entre a menina e o lobo numa versão e em outra? Como é o diálogo entre eles em cada uma das versões?
Vamos comparar as diferentes descrições sobre a localização da casa da vovó?
Vamos ver como os autores descreveram a Chapeuzinho em cada uma das versões?
Quais são os diferentes acontecimentos que chamam a atenção e distraem Chapeuzinho Vermelho a caminho da casa de sua avó?
As recomendações da mãe no início da história são diferentes nas duas versões?
Que fim levou o lobo nas duas versões?

ATIVIDADE 3
Leitura da terceira versão da história
Nesta última etapa da seqüência o professor encaminha a leitura de uma terceira versão do conto. Assim que o grupo se familiarizar com a nova versão, deve ser incentivado a conversar sobre ela. É quase certo que estabelecerão, espontaneamente, relações comparativas com as duas outras versões já trabalhadas, identificando semelhanças e diferenças. Mesmo assim, o professor pode focar suas observações em outros aspectos, voltando, com as crianças, aos registros feitos anteriormente.

Nesta terceira versão, do ponto de vista do conteúdo da história, ao invés de comer a avó o lobo a tranca dentro do armário e também não chega a comer Chapeuzinho, que pede ajuda e é socorrida pelos caçadores da floresta. Além desta diferença evidente na trama, o professor poderá continuar discutindo aspectos formais do texto, ao propor um levantamento dos fatos que se conservaram nas três versões e das diferenças no texto escrito, destacando o estilo de cada autor/tradutor/adaptação.

Exemplos de questões que podem disparar essa análise:
A mamãe pede para Chapeuzinho Vermelho levar comida à vovó. O que diz a mãe agora, nesta terceira versão?
Chapeuzinho Vermelho se encontra com o lobo no bosque. Como cada autor relata o diálogo entre eles?
Chapeuzinho caminha pela floresta - como este cenário é descrito, o que há em cada um dos textos?
O lobo engana Chapeuzinho Vermelho e chega antes dela à casa da vovó. O que diz a ela para enganá-la nessa versão?
Quando chega, Chapeuzinho Vermelho faz perguntas ao lobo, que está deitado na cama da
vovó. Há diferenças nas perguntas e respostas deste diálogo em comparação com as outras
versões?
O que acontece na história assim que o lobo chega na casa da vovó? Quais as principais
diferenças?

Avaliação
O professor pode acompanhar a ampliação das aprendizagens das crianças nesta seqüência, nas demais situações de leitura e produção de texto propostas em sua rotina. É importante que elas continuem refletindo sobre os aspectos característicos da linguagem dos contos clássicos, comparem essa linguagem com a de outros gêneros, utilizem esse conhecimento em suas próprias produções textuais etc.

Um trabalho semelhante ao desenvolvido nessa seqüência também pode ser realizado com diferentes versões de outros contos, como João e Maria, Branca de Neve, A Bela Adormecida e O Gato de Botas, entre outros.